segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A chegada de Yan pelos olhos da mãe, Letícia

Acordei às 5h do dia 20/10 sentindo cólicas fracas e um pequeno enjôo. A alegria já se instalou no coração, pois sabia que estava perto o grande dia, mais um sinal... Como já estava sentindo sintomas parecidos a 2 semanas, procurei não me empolgar muito, mas curtir cada sensação da proximidade de ver meu Yan.
Fomos para minha mãe e lá comecei a sentir que o trabalho de parto poderia começar a qualquer momento. Minha alma já pressentia tudo, mas minha mente ainda estava como criança curiosa esperando a chegada! As cólicas continuaram bem leves até que às 16h e 15min iniciou a cólica mais forte já com tom de parto.
Sem avisar meus pais, fomos pra casa eu, Deivid (meu esposo) e Inaê, minha filha de 3 anos. Eu era só alegria, entusiasmo e vigor. Esperei mais umas contrações e liguei pra Adelise. Ao me preparar para a saída, senti  um cheiro de mãe preta (imagem e cheiro que já me acompanham a tempos). A Inaê comeu tudo bem direitinho e fiquei tranqüila, pois ela participaria e já estava recebendo as orientações necessárias do divino para receber seu maninho amado.
As contrações foram aumentando de intensidade e eu já entrando instintivamente na respiração, soltando o ar durante a dor e percebendo que aliviava bastante. Pedi um abraço para o Deividson durante a contração e senti alívio também. Pude comprovar que a liberação de ocitocina é grande aliviadora da dor mesmo!!!
Chegamos na casa da Adelise, local planejado para o parto, onde me sentia segura e cuidada com todo amor e carinho, me senti em casa.
Após a oração para o sucesso do parto, as dores ficaram mais e mais intensas. Foi quando junto com a dor saiu um grito, como vindo de um lugar dentro de mim pouco conhecido! Um grito implorando colo: Mamãe!!!!!!!!!!!!!!!!!! E abracei o Deivid que me dava suporte.
Descobri um movimento que me aliviava a dor me abaixando de cócoras e balançando durante a contração, o que fazia com que o bebê descesse mais rápido. A respiração solta e a vocalização foram essenciais, foi quando senti o cóccix abrir e Adelise me disse que ele desceu mais um pouquinho.
Sentia a natureza manifestada em meu corpo, abrindo espaço para esse novo ser e em mim realizando a experiência do renascimento. Em algumas contrações experimentei vivê-las de forma positiva e deu certo. Durante o gemido, experimentei fazer um EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEÊ (de Viva!!!!!!!!!) e procurei sorrir, foi um momento marcante do parto ... a dor aliviou bastante.
Me senti embarcada nessa experiência e ao mesmo tempo podendo cocriar, me apropriar e estar no controle, podendo fazer escolhas, principalmente a de aceitar o que o poder da natureza me mostrava.
Deivid, meu companheiro de jornada... pensei muito nele ... na nossa história e no quanto deveria pensar que aquilo que sentia era por nós... não só por mim... mas pra trazer nosso amado filho...  A sensação de solidão passou... a sensação de medo também...
A imensa dor partindo a alma e purificando tudo o que precisava para receber meu filho Yan.
Logo logo, após perceber que a bolsa havia se rompido vi que estava perto. Quando caiu aquela água no chão como uma bexiga me deu uma sensação esquisita.... tipo pânico!!
CONFIA, CONFIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Adelise, cantou "Eu vi mamãe oxum na cachoeira, sentada na beira do rio, colhendo lírio, lírio........ em seguida me levou para o chuveiro, amada, irmã, amiga, guia, mãe..... sempre me orientando e amparando. Guiada pelo poder do Altíssimo fui para o chuveiro...
A água me incomodada um pouco, tive a sensação de estar sem paradeiro, a dor era intensa e mal sabia que já estava muito perto. Foi quando me agachei para receber a próxima contração e senti que a cabeça já podia estar por ali.... já na saída.
Minha natureza me disse que sim...  E eu duvidei, quando a próxima contração me pegou de jeito, veio a vontade famosa de fazer cocô e Yan apontou... Estava nascendo, assim como quem me dizia: É mamãe... sou forte e decidido, acompanho o fluxo e se tu não me acompanhar eu vou... Vou, Faço e Realizo!!!
E foi a assim que Yan veio ao mundo às 23h. Com toda a força, cumprindo a missão, exalando cheirinho de amizade e cumplicidade! Papai e Inaê estiveram presentes recebendo Yan com todo o carinho e naturalidade.
Viva a vida!!!!!!!!!!!!!! Viva!!!!!!!!!!!! Viva e viva!!!!!!!!!!!!

Letícia de Freitas Bragaglia Sbardelotto

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